Embalagens e armazenamento influenciam no sabor do café?

Os apaixonados por café sabem que pequenos detalhes podem fazer toda diferença na hora do preparo de uma boa xícara. Afinal, da fazenda até a sua casa o grão passa por diferentes locais e processos – como nós já mostramos aqui. E é justamente a etapa do armazenamento que foi colocada em teste pela empresa norte-americana Sustainable Harvest, importadora de cafés especiais. Eles iniciaram uma pesquisa para avaliar se as sacas que transportam o produto podem influenciar no sabor final da bebida.

Esta é uma evolução de um projeto que está sendo conduzido pela empresa desde 2012 – ou seja, eles já possuem três anos de relatórios e análises internas sobre o tema. Para o estudo, eles escolheram uma cooperativa de café em Cajamarca, no Peru, para pesquisar as condições de temperatura e umidade do grão durante o armazenamento, transporte, chegada ao porto e entrega final ao importador.

“Esse processo normalmente dura de 30 a 45 dias, um tempo curto em que o tipo de embalagem pode não interferir. Mesmo assim, sabemos que alguns produtores armazenam o grão por períodos maiores no estoque. E nesse caso os tipos de saca podem interferir na qualidade do produto”, escreveu Midori Hartford, diretor das operações de café da Sustainable Harvest no site oficial da empresa.

A nova leva de café a ser estudada já chegou ao porto de Norfolk, em Virginia (Estados Unidos). A Sustainable Harvest deve recolher amostras de seis embalagens diferentes a cada três meses do ano. Além das tradicionais sacas de juta, fazem parte do teste sacolas de plástico feitas pela empresa brasileira Jutex; sacos herméticos multicamadas da americana GrainPro e da indiana Ecotact; sacos de papel com revestimento plástico e embalagens pesadas de até 20 kg.

A degustação será feita por especialistas, e a Sustainable Harvest espera ter novidades sobre o tema em um ano. Será que os resultados poderão mudar os padrões do transporte e armazenamento do café pelo mundo? Só nos resta esperar até lá para saber!

Por: Marina Oliveira