Palha italiana com café

Aprendi essa gostosura com minha tia Mira, meio italiana, meio espanhola, e nunca entendi o nome: palha italiana. Nas minhas lembranças infantis, quando ela mencionou o nome pela primeira vez enquanto servia um café com leite numa xícara de borda finíssima, imaginei que fosse mastigar como um cavalo. Palha? E não é que apareceu esse regalo, escondido no açúcar para deliciar minha tarde?

Pedi que ela me ensinasse. Tia Mira fazia leite condensado em casa, ficando horas no fogão até o leite e o açúcar pegarem o ponto. As bolachas ela retirava de uma lata de biscoitos, com desenhos art nouveau e picava os biscoitos usando um martelo de carne num pano de prato alvíssimo. Foi assim que vi pela primeira vez o preparo.

Outro dia, lembrei-me da receita e procurei em vários livros italianos. Recorri até mesmo ao “Artusi”, minha referência maior da culinária italiana, inutilmente.  Achei que poderia até ser uma corruptela do ”Palio de Siena”, uma corrida a cavalos que acontece anualmente desde 1283, na “Piazza Del Campo”, a mais bela da cidade de Siena, na Toscana.

Enfim, não sei de onde veio o nome, mas vale a pena experimentar. Com café ficou delicioso. Se alguém souber da origem do nome, por favor, avise-me.