Toda vez que falo em Martini, lembro de cenas épicas do mundo cinematográfico. O drink, com seu específico copo triangular ,que desafia qualquer atualização em seu formato, configura um clássico de sabor e forma. Normalmente acompanhado de uma azeitona, é um ícone de elegância.

No livro autobiográfico “Meu último suspiro”, o cineasta Luis Buñel se gaba de preparar o melhor Martini de todos os tempos. Sua receita infalível inebriou durante anos aquelas rodas surrealistas, repletas de enfants terribles considerados hoje, gênios da arte. Esta é minha sugestão para a leitura. O livro passeia por diversos países em que o genial artista morou, desnudando os bastidores do movimento surrealista em seu prosaico dia-a-dia. A efervescência cultural e a política dos anos em que o autor viveu (1900/1983) são transmitidas cinematograficamente ao leitor pelo olhar inesperado do autor. De seu nascimento em Calanda, na Espanha, até sua morte no México, ele viveu em Madri, Paris e teve até uma passagem por Hollywood. A reedição pela Cosacnaif tem o peso do conteúdo. Belíssima direção de arte e fotos que nos colocam imediatamente em seu tempo.

Mas voltando ao Martini, talvez essa receita com expresso seja uma rebeldia ao clássico drink. Experimente, o sabor é surreal!

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