Receitas

Peixe azul marinho

Experimentei o melhor preparo deste clássico da cozinha caiçara na cidade de Paraty. Gosto dessa receita sem pimentões, pois os sabores da banana da terra e o do peixe estão em completa harmonia.

Todo mês de julho, há nove anos, Paraty abriga escritores do mundo todo numa festa divertidíssima para quem adora imersão literária (Flip) e, como eu digo, chafurdar entre os livros. Este é o momento de tietar aqueles escritores queridos, conhecer os que só vemos nas estantes e desvendar os bastidores do ofício.

Normalmente a abertura da Flip começa com um homenageado, geralmente um escritor consagrado e o destaque deste ano foi Oswald de Andrade. Paulistano, foi considerado “agitador cultural” antes mesmo que esse termo houvesse sido inventado. Inverteu em seu “Manifesto Antropófago” a bússola de nossa cultura que só apontava para o velho continente. Inaugurou, assim, o modernismo no Brasil, semente do Tropicalismo.

“Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question.(…)” Oswald de Andrade, Manifesto Antropófago.

A antropofagia proposta por Oswald nada tem de canibalismo, mas sim um pressuposto simbólico para absorver o mundo, triturá-lo e recompô-lo. Nosso peixe é um exemplo disso: meio índio, meio escravo e um tanto português. Promove deliciosamente esse símbolo tão atualizado de nossa cultura primitiva em nossas mesas.

 

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