Fetuccine com maionese e café

Lembro muito bem do preparo deste prato. Minha avó fazia a massa em casa. Imagine comprar “pasta”! Na década de 60, grande parte dos paulistanos descendentes de italianos preparava a própria massa de macarrão. Tábua de madeira enfarinhada era nosso brinquedinho, que eu sempre revezava com minhas irmãs. Tinha também a manivela – máquina de transformar a massa em formato de “pasta”. Seus cilindros e cortadores mágicos acertavam a espessura e ao forma do macarrão. A briga do “nono” e da “nona” era pela espessura da massa e aqueles milímetros eram disputados a custa de muita negociação. Vovô gostava dela mais espessa e vovó mais fina. Ela dizia que o sabor do molho pegava melhor e eu, até hoje, concordo com ela.

Outra imagem que tenho bem clara é a confecção da maionese. Num prato minha avó combinava uma gema crua e uma cozida e amassava com o garfo, adicionando o azeite. Sempre que eu ver um amarelo Miró, ou pinceladas de Manabu Mabe, sentirei o gosto desse prato e terei perfumes de minha infância. Agora, de onde minha avó italiana teve ideia de misturar maionese, molho de origem espanhola que se popularizou na França? Isso nunca vou saber! Nunca comi esse prato na Itália, muito menos na França. E, conforme fui crescendo, senti falta de um toque mais amargo que cortasse o sabor da maionese. Por isso, introduzi o café na receita. Todos para quem o preparei adoraram. Não se esqueça: use uma massa de excelente qualidade, o molho exige!

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