Receitas

Picolé de Frisco

Símbolo das praias brasileiras, o picolé nas mãos de corpos bronzeados e sarados compõe o ideário estrangeiro desse ambiente quase sempre democrático. Bebe-se e come-se muito bem por aqui. Sorvete, milho verde, queijo coalho feito na hora com a improvisada churrasqueira, salgadinhos e todo tipo de batidas de frutas com cachaça e outras milongas mais. Quando morei no Cape Cod (em Massachussets), não tinha nada disso. A praia que eu frequentava tinha água geladíssima em pleno verão. Desculpem meus irmãozinhos da América do Norte que tão bem me acolheram, mas era realmente um desafio para os pés.

Seus pedregulhos e algas formavam um fundo gelatinoso e calcário. Em algumas ocasiões, escorregávamos causando arranhões e até corte nos nossos pés. Hoje, mais otimista, talvez encarasse como uma esfoliação. Mas naqueles anos 70, meus pezinhos estavam acostumados com as cristalinas praias de Ubatuba, Ilha Bela e Barra do Sahy. As águas misteriosas e obscuras chacoalhavam meu ideário com cenas Spilbergianas de tubarões e outros seres do mar não afáveis, me carregando para seus estômagos ou, na melhor das hipóteses, para o submarino do Capitão Nemo.

Naquela época, o banho de mar era sempre uma aventura e tomar uma Budweiser ou Miller também – minhas favoritas. Elas tinham que ser devidamente ensacadas com aquele “insuspeitado” papel pardo para não mostrarmos em público o terrível ato pecaminoso que estávamos cometendo: tomar uma cerveja na praia. Quando voltei ao Brasil, certamente o vi com novos olhos e pude tomar picolés e cervejas geladíssimas estirada na areia sem medo de ser feliz.

 

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