Receitas

Sanduíche Royal do Riviera

Fiquei empolgada e intrigada quando descobri que o Bar Riviera (esquina da Rua Consolação com a Av. Paulista, em São Paulo) seria reaberto sob a batuta do chef Alex Atala e do investidor Facundo Guerra.  Afinal, relembrar os anos 1970 é delicioso: saíamos esfomeados depois de uma retrospectiva do cineasta Kurosawa no cine Belas Artes, logo em frente ao bar. Mesmo sendo a época do chumbo grosso da ditadura, nossos ânimos borbulhavam em conversas que, acreditávamos, salvariam o mundo.

Enquanto o papo ia de Foucault a quem seria o próximo presidente do grêmio, os sanduíches “Royal” e “Trianon” iam sendo devorados. Enquanto isso Juvenal, o garçom mais icônico do bar, decidia o que deveríamos tomar, usando no prognóstico o tom de nossas conversas.

Outros bares competiam com o Riviera na saída do cinema ou teatro. O Bar do Zé, na Rua Maria Antônia, e o Redondo, no finzinho da Consolação, são exemplos.  Eram mais sisudos e políticos. Quase necessário exibir carteirinha do partido para compartilhar as mesas com os engajados.

O Riviera era mais minha praia, com seus ares modernistas de tijolos de vidro e sandubas com nomes de artistas.  A personagem de quadrinhos Rê Bordosa, do cartunista Angeli, nasceu lá. É possível reconhecer o cenário nos desenhos. O azul da ”sala enfumaçada“, na música Blue Riviera, de Sá Rodrix e Guarabira, também remete ao bar.

Alex Atala e Facundo Guerra tem uma árdua missão pela frente. Reviver a ambiência daqueles anos de grande fervura intelectual e pouco dinheiro. Espero que os preços continuem acessíveis, como nos anos 1970/1980. E aí vai a receita (como eu me lembro) do Royal, que o chef pretende recriar.

Espero que a nova receita mantenha as referências da anterior, pois o Royal era muito “ogro”. Mas, em minha lembrança, era muito bom.

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