A coleção de Isabelinas

As xícaras Isabelinas são famosas pelo requinte e delicadeza da decoração. Tanto que são admiradas por muitos apreciadores de café e chá. Conhecemos um dos aficionados por essas peças, o especialista em arquivologia André Gomes dos Santos. Ele gosta tanto desse modelo que até começou uma coleção para chamar de sua: “São as mais antigas e bonitas que existem. O trabalho de ornamentação é 100% artesanal. Costumo dizer que são obras de arte, resistentes ao tempo”.

Ele nos conta que elas surgiram durante o reinado da Rainha Isabel II, da Espanha, no período do Romantismo. “As cores são fortes, marcantes e douradas. Também são utilizadas palavras, como ‘amizade’, ‘saudade’, ‘lembrança’, ‘recordação’, ‘Boas Festas’, entre outras ideias românticas. No interior do estado de São Paulo, os armazéns de época tinha o costume de presentar os melhores clientes com as xícaras”.

Santos explica que a paixão pelas Isabelinas surgiu quando era bem pequeno: “Ao visitar uma tia-avó, notei uma cristaleira maravilhosa na sua sala de visitas. No quarto também havia uma cômoda e, na cozinha, uma Santa Ceia e um relógio, também antigos”. Foi amor à primeira vista. Ele começou a ir atrás de outros itens de época, o que inclui as xícaras de porcelana.

“Na época, era criança e não tinha dinheiro para comprar. Somente quando conclui a graduação, ao conquistar meu primeiro emprego, comecei a colecionar. Antes de adquirir a primeira, ganhei duas de um amigo. Essas xícaras são difíceis de encontrar”.

Paixão pelo café

Assim como o amor pelas Isabelinas, Santos diz que sua paixão pelo café também vem da infância. “Começou quando era criança, quando eu e minha família íamos à casa da minha avó paterna passar o domingo. Ela tinha uma garrafa térmica cor-de-rosa e fazia o café de uma maneira bastante artesanal”.

“Outra lembrança que tenho é de um pedreiro que construiu a casa dos meus pais. Ele fazia um café forte e muito doce. Muito mesmo! Tanto que parecia um licor. Sabor inigualável! Sempre após o expediente, ele oferecia para mim e minha irmã, já que passávamos a tarde em volta dele. Por incrível que pareça, esse café marcou mais que o da minha avó”.

Além das porcelanas românticas, percebemos que o café também marcou a vida de Santos. E a sua? Conte sua história nos comentários!

Por: Lucas Tavares