Receitas

Aperitivo de Mandioca

Acho que vocês já notaram que eu caí de amores pela tapioca. Ela é tão diversa em sua habilidade de consistência, combinações e sabores, que me sinto sempre tentada a praticar malabarismos com ela, como na receita de aperitivo abaixo.

Quando passei um tempo na aldeia Kuikuro, no Alto Xingu, me orientava nas horas do dia pelo fazer da tapioca, até mais do que pelo sol.

Ao primeiro raio de luz, as índias já pulavam na boléia do caminhão rumo à lagoa para “ir banhar” e voltavam com suas crianças carregando panelões cheios de água, cobertos com folhas de mandioca – conduta esperta para não derramar a água pelo caminho com o chacoalhar da carroceria. Essa água tirada da lagoa é usada em todo processamento da mandioca: para cortar, descascar, ralar, cozinhar, peneirar… E assim transcorrem as primeiras horas do dia na aldeia: com as mulheres e crianças numa sinfonia de habilidades e aprendizado preparando a maior fonte de calorias do dia – a tapioca.

No sol a pino, os homens trazem o peixe, acompanhado de outras novidades (as vezes um pato ou tatu), para assar no moquém (o “fogão” da aldeia). Quando aprendemos na escola que a mandioca era o alimento básico de nossos índios – e ainda é – não é fácil visualizar todo o processo.

Se quiserem ver imagens do processo, assistam ao vídeo abaixo com o slide show que preparei quando estava na Aldeia Kuikuro. Ele também está em outro post de receita com a raiz, a Tapioca Cappuccino. Esse slide show faz parte de um trabalho maior sobre toda a experiência. Para conhecer e se deliciar com ela, veja no YouTube.

Para nós da cidade, bem-vinda é celebrar a herança desse abençoado pão da terra ao comprarmos a raiz ensacada em plástico no supermercado. Daí é só “atualizarmos suas configurações”, como fiz com esse aperitivo para acompanhar bebidinhas.

 

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